O Paraná tem 297.935 pessoas vivendo em áreas ligadas a Unidades de Conservação (UCs), o que representa 2,6% da população estadual. A maior parte da população residente nesses locais vive em áreas urbanas: 246 mil pessoas. Outras 51 mil vivem em áreas rurais. Os dados fazem parte de um levantamento do Censo Demográfico 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O estudo considera como residentes em UCs as pessoas que moram em domicílios situados dentro dos limites oficiais dessas áreas, conforme dados do Cadastro Nacional de Unidades de Conservação do Ministério do Meio Ambiente, além de colaborações dos órgãos ambientais estaduais e dos municípios. A metodologia abrange tanto UCs de proteção integral, nas quais a presença humana é restrita, quanto aquelas de uso sustentável, que permitem habitação, produção e circulação de pessoas, desde que observadas as normas de manejo ambiental.
De acordo com o levantamento, essa fatia da população do Paraná (99,74%) está em Áreas de Proteção Ambiental (APAs). Elas são classificadas como Unidades de Conservação de uso sustentável, permitindo a ocupação humana dentro de regras específicas de manejo e preservação. Isso mostra que a ocupação em território paranaense ocorre de forma compatível com a legislação ambiental.
Ao todo, 71 municípios paranaenses têm parte da população vivendo em Unidades de Conservação. Em números absolutos, os municípios com mais moradores em UCs são Curitiba (86 mil), Campo Largo (33 mil), Campina Grande do Sul (27 mil), Jaguariaíva (25 mil), Campo Magro (21 mil), Quatro Barras (17 mil) e Guaratuba (11 mil).
Quando é observada a proporcionalidade em relação ao total da população, o principal destaque é Guaraqueçaba, onde 100% das pessoas residem em UCs federais ou estaduais da Mata Atlântica, de acordo com o estudo. Na sequência, aparecem Porto Rico (84%), Inácio Martins (81%), Quatro Barras (72%), Jaguariaíva (71%) e Campo Magro (70%).
A distribuição por sexo é praticamente equilibrada, com 150.283 homens (50,44%) e 147.652 mulheres (49,56%). Em relação à faixa etária, o perfil é majoritariamente jovem e adulto. Os maiores grupos estão entre 25 a 29 anos (8,10%), 40 a 44 anos (7,94%), 20 a 24 anos (7,88%) e 30 a 34 anos (7,76%). Crianças entre 0 e 9 anos somam mais de 39 mil, enquanto há também quase 4 mil pessoas com mais de 80 anos, o que mostra a diversidade geracional nessas regiões.
No Brasil, 6,2% das pessoas vivem em área como essas, cerca de 11,8 milhões de pessoas. Entre todas as Unidades da Federação, as maiores concentrações estão no Distrito Federal (39%) e no Maranhão (23%), enquanto Roraima (0,5%) e Rondônia (0,7%) registraram as menores. Em números absolutos, os estados com maior concentração populacional nesse tipo de área são São Paulo, com 2,5 milhões de pessoas, e Maranhão, com 1,6 milhão. Já as menores concentrações estão em Roraima (3 mil) e Rondônia (10 mil).
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AÇÕES DO ESTADO – Para garantir a convivência harmônica de milhares de paranaenses em áreas ambientalmente protegidas, o Governo do Estado coordena uma série de políticas públicas voltadas à regularização fundiária, infraestrutura urbana e preservação ambiental.
O Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), faz a gestão e o monitoramento das UCs estaduais, além de promover ações de educação ambiental, manejo sustentável e apoio técnico aos municípios. As iniciativas ajudam a equilibrar a presença humana com a preservação dos ecossistemas, mantendo o compromisso do Paraná com o desenvolvimento sustentável.
A Ilha do Mel, que é uma Unidade de Conversação, ganhou neste ano uma lei que estabelece um novo Marco Regulatório. A iniciativa moderniza a legislação anterior, assegurando a preservação ambiental e promovendo o desenvolvimento sustentável da região. A lei estabelece um novo zoneamento ambiental do uso do solo, dividindo a Ilha do Mel em sete áreas: Estação Ecológica, Parque Estadual, Costa, Ponta Oeste, Especial, Controle Ambiental e Vilas. Em cada uma dessas áreas, haverá critérios específicos para utilização do solo, sempre com foco na sustentabilidade.
Outro exemplo é o Casa Fácil Paraná, coordenado pela Cohapar, que conta com uma modalidade específica para a realocação de pessoas em situação de vulnerabilidade residentes em Áreas de Proteção Ambiental ou em condições precárias. Chamada de Vida Nova, essa vertente do programa conta com um convênio de US$ 187 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a construção de moradias em locais adequados a seis mil famílias.
Sob a coordenação da Invest Paraná, o Governo do Estado também desenvolve o programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS). Entre suas ações, está o apoio projetos de produção sustentável em áreas de proteção ambiental, com foco em cadeias produtivas compatíveis com a conservação da natureza, como agroecologia, extrativismo legal, turismo de base comunitária e manejo florestal sustentável.