Com pouco mais de 50 mil habitantes, a cidade de Ivaiporã, no Vale do Ivaí, será o polo no Brasil e na América Latina das inovações que vêm da Coreia do Sul. O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta quinta-feira (27) da inauguração do Korean Valley, iniciativa inédita que coloca o Paraná em uma rede internacional de inovação e tecnologia liderada pelo Global Digital Inovation Network (GDIN), fundação ligada ao Ministério de Ciência e Tecnologia da Informação do país asiático.
O centro de inovação vai reunir startups coreanas para trabalharem de forma integrada com empresas, startups e hubs de inovação brasileiros para criar soluções em diversas áreas, especialmente em Agrotech e Indústria 4.0; GovTech e Cidades Inteligentes; Saúde e Biotecnologia e Energia Sustentável e Inteligência Artificial. Ao formarem joint ventures com empresas paranaenses, as coreanas podem adaptar suas soluções para o mercado brasileiro e latino-americano, fazendo com que essa tecnologia retorne ao mercado global.
O contato com o GDIN iniciou em 2023, com a missão internacional liderada por Ratinho Junior à Coreia do Sul. “Eu tive a oportunidade de estar três vezes na Coreia do Sul. É um país que é uma referência em sucesso de desenvolvimento. A Coreia do Sul, na década de 60, era o país mais pobre do planeta. Eles, em 40 a 50 anos, passaram a ser um país de primeiro mundo, fruto de muito investimento na educação, boa alimentação escolar, e inovação, que é o que o Paraná está fazendo. Então, nós não estamos inventando a roda, a gente só está copiando o que deu certo no mundo”, explicou.
A partir do novo hub regional especializado em desenvolvimento tecnológico, a expectativa é que o município de Ivaiporã se torne polo de entrada para empresas coreanas na América Latina. “Muitas startups brasileiras, paranaenses e de Ivaiporã, vão sair daqui para o mundo. O Paraná foi considerado por duas vezes consecutivas como o estado mais inovador do Brasil, e Ivaiporã se consolida agora também como uma rota de inovação dentro do estado do Paraná”, complementa o governador.
O secretário de Estado da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, ressaltou o objetivo de oferecer suporte tecnológico para todas as regiões do Paraná. “Quando se fala em inovação em Londrina, em Curitiba e em Maringá, é fácil. Mas nós temos que levar a inovação tecnológica para todas as cidades do Estado. É por isso que nós fizemos, junto com o governador Ratinho Junior, um pacto pela inovação para os municípios. Nós queremos criar oportunidade para todas as cidades do estado do Paraná, independente do porte que a cidade tenha”, disse.
As rodadas de negociação com empresas coreanas começaram nesta quinta (27). “Tivemos uma rodada de negócios com os coreanos que apresentaram soluções inovadoras para Ivaiporã, o nosso estado e país. As propostas foram fantásticas para a educação e, principalmente, para a saúde. O nosso grande objetivo é melhorar a vida da nossa população, vamos levar a eles cidades mais inteligentes e assertivas”, relatou o prefeito de Ivaiporã, Luiz Carlos Gil.
Com sede em Seul, o GDIN atua como uma agência global de aceleração e internacionalização de startups sul-coreanas, conectando-as a novos mercados e parceiros estratégicos e oferecendo suporte técnico e comercial para implantação e ganho de escala de soluções tecnológicas.
Dez empresas sul-coreanas, que atuarão em coprodução e joint ventures com empresas locais, já estão confirmadas para se instalarem no Korean Valley em Ivaiporã. Além disso, outra startup israelense voltada à inteligência artificial também atuará de forma conjunta com empresas sul-coreanas e paranaenses. “Isso é só a ponta do iceberg, eu acredito que, entre um e dois anos, isso aqui vai se tornar um grande polo, uma grande antena internacional”, projetou o diretor-presidente da Invest-Paraná, Eduardo Bekin.
Os empreendimentos que já operam no ecossistema Korean Valley são das áreas de saúde, cosméticos e inteligência artificial, são elas: a Sevasa, a Olive Healthcare, a Mezoo, a Exosystems, a Medihub, a Codepresso, a Shin Sung Bio Pharm Inc., a IP Gallery e a rede aceleradora Global Digital Innovation Network.
De acordo com o coordenador do Projeto da Korean Valley e Embaixador do GDIN no Brasil, Aleksandro Montanha, já há procura de outros estados para entender o projeto tecnológico em Ivaiporã. “Nós estamos recebendo caravanas de outros estados para entender como esse modelo funciona, para levar para esses outros locais também. É importante replicar projetos que podem ser benéficos para o crescimento econômico e social do nosso país”, relatou.
A ideia é que o Korean Valley seja um braço fora da Coreia do Sul do Vale Tecnológico de Pangyo, grande centro de inovação do país que concentra mais de 1,6 mil companhias, que geram US$ 128 bilhões de lucro por ano e empregam cerca de 78 mil pessoas. Nessa parceria, o GDIN vai selecionar startups que possam se adaptar à realidade local, para desenvolver soluções no Paraná que possam ganhar escala para atender o mercado local.
“Com este projeto, o Paraná e a Coreia do Sul vão trabalhar de forma colaborativa, para que as parcerias entre nossas empresas cheguem mais longe. Nossa missão é globalizar as soluções que serão desenvolvidas nesta incubadora de forma conjunta entre startups paranaenses e coreanas”, afirmou o presidente e CEO do GDIN, Jongkap Kim.
CAPTAÇÃO – O modelo de captação de empresas funciona como um funil de seleção, cooperação e adaptação cultural. A lógica é acelerar a inovação buscando tecnologias que já operam com sucesso no exterior. Esse processo começa por meio de um edital público, formalizado em um termo de cooperação conduzido pelo GDIN. Empresas estrangeiras interessadas em atuar no Brasil submetem suas soluções prontas, com intenção de construir parcerias locais.
As propostas passam por um comitê de curadoria, que avalia se há compatibilidade de mercado e capacidade de execução do parceiro brasileiro. O objetivo é encontrar parceria entre tecnologia, operação e negócio. Quando a colaboração é válida, a iniciativa é enviada ao conselho da incubadora tecnológica e, se aprovada, ingressa no ciclo de incubação do Korean Valley. A incubadora faz a transição da solução, ajustando modelo de negócio e cultura para o mercado brasileiro.
INCUBADORA – Para viabilizar o centro de inovação, o município construiu a Incubadora Tecnológica Agrotech, inaugurada nesta quinta-feira. Trata-se de um ambiente de inovação estruturado com laboratórios, coworking, salas de conferência e módulos dedicados a instituições de pesquisa, associações e empresas. O Governo do Estado apoiou o projeto, com o aporte de R$ 1 milhão da Secretaria da Inovação e Inteligência Artificial para a compra de materiais de laboratório, drones e mobiliários.
Agora, os próximos passos do Korean Valley incluem a formalização de novos memorandos de entendimento com startups e investidores sul-coreanos, além da criação de programas de aceleração de forma conjunta entre o GDIN, a Secretaria da Inovação, Invest Paraná e instituições de pesquisa locais. Também estão previstas novas missões técnicas e intercâmbio de pesquisadores entre o Paraná e a Coreia do Sul.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade os secretários estaduais das Cidades, Guto Silva; da Fazenda, Norberto Ortigara; de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex; da Saúde, Beto Preto; e do Trabalho, Qualificação e Renda, Do Carmo; o presidente de Assembleia Legislativa do Paraná, Alexandre Curi; os diretores-presidentes da Sanepar; Wilson Bley Lipski; e da Cohapar, Jorge Lange; os deputados federais Sergio Souza e Luísa Canziani; os deputados estaduais Artagão Júnior; e o ex-governador Orlando Pessuti.




































































