Polícia Científica do Paraná implementa perícia em campo com estrutura pioneira no País

Veículo pode atuar como laboratório móvel, consultório, posto de comando, almoxarifado e base de operações, conforme a necessidade da missão. A proposta permite que a Polícia Científica leve sua estrutura para os mais diversos cenários em todo o Estado, garantindo resposta rápida e eficiência nas perícias em campo.
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14/10/2025 - 16:30

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A Polícia Científica do Paraná (PCIPR) tem contado com um importante aliado nas operações em campo. O módulo móvel multifuncional, pioneiro no Brasil, projetado e desenvolvido pela própria instituição, em conjunto com a Gestão de Frota e a Divisão Operacional, destaca-se por reunir, em uma única estrutura, diversas funções essenciais ao trabalho pericial — especialmente em situações de grande complexidade, como no caso da explosão ocorrida em uma fábrica em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, que vitimou nove pessoas.

O veículo pode atuar como laboratório móvel, consultório, posto de comando, almoxarifado e base de operações, conforme a necessidade da missão. A proposta permite que a Polícia Científica leve sua estrutura para os mais diversos cenários em todo o Estado, garantindo resposta rápida e eficiência nas perícias em campo.

“As principais diferenças são a mobilidade e a adaptabilidade”, destaca o chefe da Divisão Operacional da PCIPR, Leonel Letnar. “A capacidade de levar o posto de trabalho ao local agiliza todo o procedimento e, em alguns casos, permite até a conclusão imediata do laudo pericial em campo”.

O módulo móvel foi desenvolvido para permitir a atuação simultânea em diferentes funções, o que amplia sua versatilidade e torna o equipamento adequado a diversos tipos de operação. A estrutura interna é modular e configurável, podendo ser adaptada conforme o tipo de atendimento. Assim, o veículo pode funcionar, por exemplo, como um laboratório para exames ou como base para forças-tarefa voltadas à coleta de perfis genéticos, perícias ambientais, identificação veicular, entre outras.

“O posto acelera o trabalho em campo ao integrar, no próprio local da ocorrência, tudo o que a equipe precisa: profissionais, materiais, equipamentos e a gestão adequada dos vestígios. Essa centralização reduz o tempo de resposta e evita múltiplos deslocamentos, que podem atrasar a conclusão das etapas. Na prática, a operação acontece onde é mais necessária — no ponto da ocorrência —, com menos interrupções e maior foco nas atividades periciais”, ressalta o chefe da Divisão Operacional.

Entre os diferenciais técnicos, o módulo conta com internet, energia autônoma, rede cabeada a bordo e suporte logístico completo. Esses recursos garantem comunicação contínua, acesso a áreas remotas e infraestrutura estável para a coleta e a transmissão de dados diretamente em campo, além de permitir o uso de diferentes equipamentos laboratoriais.

OPERAÇÃO EM CAMPO – Um dos exemplos mais marcantes da aplicação do módulo foi durante o atendimento à explosão ocorrida em Quatro Barras, na Região Metropolitana de Curitiba, em agosto, quando a unidade permaneceu no local durante todo o período de operação. O veículo funcionou como centro operacional das equipes periciais, abrigando a sala de controle, o almoxarifado e a central de custódia, além de oferecer apoio, garantindo condições adequadas de higiene e alimentação às equipes.

“A partir dele, operamos a sala de controle, elaboramos documentos essenciais e mantivemos uma central de custódia temporária dos vestígios. O módulo proporcionou autonomia e agilidade, permitindo que a equipe pericial trabalhasse com segurança e eficiência”, explica Letnar.

Ele destaca que o projeto tem despertado interesse de outras Polícias Científicas do país, que já manifestaram intenção de adotar iniciativas semelhantes. “Durante uma visita técnica recente, dirigentes de diferentes estados elogiaram o modelo paranaense e destacaram sua aplicabilidade em situações de crise e em locais de difícil acesso”.

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