O governador Carlos Massa Ratinho Junior defendeu que a reforma da máquina pública, somada à adoção de um planejamento a médio e longo prazos, têm feito a diferença na gestão do Paraná. Ao lado dos governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Goiás, Ronaldo Caiado, ele participou nesta quarta-feira (13) do AgroForum, evento promovido pelo banco BTG Pactual que promove discussões sobre o setor no País.
No painel “Unindo Forças pelo Agro: Diálogo entre Governadores”, mediado pelo economista Mansueto Almeida, os governadores falaram sobre as medidas de gestão fiscal adotadas em seus estados que permitiram a ampliação dos investimentos públicos, das políticas sociais e resultaram no crescimento da economia.
“Nossa safra de gestores entendeu que é necessário implantar uma cultura de planejamento a médio e longo prazo, como fizeram aqueles países que tiveram um salto no desenvolvimento econômico e social”, afirmou. “É necessário organizar a casa, reduzir a máquina pública e ter estratégia de desenvolvimento e industrialização. O Brasil perdeu a oportunidade, no pós-pandemia, de ser uma opção fabril para os países ocidentais, tendo em vista que temos espaço para industrialização”.
O governador paranaense destacou que, desde o início de sua gestão, adotou uma política de reformas que permitiram ampliar os investimentos. “Fizemos uma reforma administrativa e da previdência, enxugamos a máquina pública e adotamos um pacote de parcerias público-privadas e de privatizações que fizeram com que tivéssemos uma agenda confortável para investimentos, realidade diferente da do governo federal”, disse.
Com essa agenda, salientou, o Paraná atingiu, pela primeira vez desde a criação do Plano Real, a nota Capag A na avaliação sobre a Capacidade de Pagamento dos Estados e Municípios (Capag), métrica da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
“Temos hoje mais de R$ 35 bilhões em caixa e R$ 17 bilhões disponíveis para investimentos. Foi assim que conseguimos ter, hoje, capacidade para investir em urbanismo, programas sociais e novas obras de infraestrutura”, disse. “Nossa economia cresce acima da média nacional e temos recorde de pessoas empregadas com carteira assinada”.
Ratinho Junior também ressaltou a vocação do Paraná no agronegócio, a qual vem sendo aprimorada com a agroindustrilização. “Nossa base econômica é produzir alimentos. Mas mais do que exportar commodities, temos que industrializar a produção do campo, vender alimentos industrializados, desenvolver essa cadeia com pesquisa e tecnologia, porque isso agrega valor e gera muitos empregos”, salientou.
“E não é só na produção de alimentos. A partir do campo, temos capacidade de fomentar outras cadeias, como a do biogás e do biometano, podendo nos transformar na Arábia Saudita da energia limpa. E devemos ser um indutor das terras raras, com regras claras e regulamentação para a industrialização, transferindo tecnologia para nosso País”, disse.
Ele citou, ainda, números da economia, como crescimento no PIB no primeiro trimestre, acima da média nacional; a expectativa por uma safra recorde de milho em 2025; e a balança comercial positiva, com exportações na casa de US$ 13 bilhões nos primeiros sete meses do ano.
SOBRE O AGROFORUM – Promovido pelo BTG Pactual, o AgroForum promove discussões entre líderes do agronegócio, executivos e especialistas em economia sobre os assuntos mais relevantes para o setor, apresentando temas e tendências que podem moldar o futuro do agronegócio no Brasil. O principal objetivo é ajudar investidores e profissionais do agro a obter insights que possam apoiá-los em suas decisões de investimento.
O chairman e sócio-sênior do BTG Pactual, André Esteves, ressaltou que o debate entre os governadores contribui para visualizar o futuro do setor e do País como um todo. “Essa safra de governadores que o Brasil tem hoje o que a política brasileira pode oferecer de bom. São políticos com comprometimento, pensamento moderno, honestidade e compromisso com futuro de seus estados”, afirmou.