Entre os dias 14 e 18 de junho, seis unidades penais do Paraná participaram da 1ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Sistema Prisional. A iniciativa teve o objetivo de promover o acesso à cultura e estimular reflexões sobre a dignidade humana, os direitos fundamentais e a cidadania de pessoas privadas de liberdade (PPL), a partir da exibição de filmes com temáticas sociais relevantes.
A ação nacional foi promovida por uma parceria entre o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania com a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN) e contou com a organização das administrações penitenciárias.
Além da exibição dos filmes, cada unidade penal promoveu rodas de conversa e atividades reflexivas conduzidas por profissionais da área de educação e assistência. No Paraná, a iniciativa alcançou mais de 170 pessoas privadas de liberdade, divididas entre a Penitenciária Central do Estado – Unidade de Progressão; a Penitenciária Feminina de Londrina; o Centro de Integração Social; o Complexo Médico Penal; a Penitenciária Estadual de Foz do Iguaçu III; e a Cadeia Pública de Paranacity.
Para o diretor-adjunto da Polícia Penal do Paraná (PPPR), Maurício Ferracini, a mostra foi diretamente ao encontro dos objetivos do tratamento penal e trouxe ganhos significativos para o sistema prisional.
“Ela promoveu a reflexão sobre direitos humanos, o conhecimento e apreensão de valores que são universais, além de desenvolver emoções superiores. O ambiente de cinema e de filmes ligados a esses valores é capaz de produzir isso em todas as pessoas. Para uma pessoa privada de liberdade isso é ainda mais importante, porque durante o seu período de custódia é muito importante que ela passe por um processo de reflexão de conduta, de assimilação de valores éticos, de entendimento e reflexão”, afirma.
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A mostra aconteceu simultaneamente em 54 unidades prisionais do Brasil, atingindo mais de 5 mil custodiados. A programação contou com a exibição de 13 produções brasileiras contemporâneas que abordam questões como equidade de gênero, diversidade, juventude periférica, racismo, liberdade religiosa e direitos das pessoas com deficiência.
“A Mostra de Cinema teve um papel muito importante culturalmente para as pessoas privadas de liberdade”, afirma o chefe da Divisão de Tratamento Penal, Diego Piotrowski. “Ela traz, com obras de filmes selecionados, uma reflexão sobre diversos temas e, além disso, gera certificado e remição de pena. É com grande satisfação e empenho de cada gestor que nós realizamos essa iniciativa em várias regionais do Estado”.
A mostra aconteceu pela primeira vez no sistema prisional como uma ramificação da 14ª edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos, promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). Em 2025, o evento teve como tema central “Viver com dignidade é um direito humano” e busca ampliar o acesso à cultura e estimular reflexões sobre os direitos fundamentais.
“Foi um momento importante, uma oportunidade para todas as pessoas privadas de liberdade poderem encontrar um ambiente de reflexão de construção da sua própria vida, de entendimento do que significa direitos humanos — tanto para si próprio, quanto para toda a comunidade — e de como isso pode ser a base da construção pessoal e comunitária para um futuro melhor”, pontua o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), Ruy Muggiati.