O sistema de tratamento de esgoto ecológico nas moradias da Ilha de Eufrasina, no Litoral paranaense, foi um dos destaques entre os projetos apresentados pela Portos do Paraná na COP30 — a Conferência das Partes sobre Mudança do Clima promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU). A apresentação foi no painel “Explorando o impacto social das soluções climáticas”. A COP é considerada o maior evento global de discussão sobre as mudanças climáticas e, neste ano, ocorre na cidade de Belém (PA). Esta é a sexta edição em que a empresa pública participa a convite da ONU.
Nesta terça-feira (11), o diretor de Meio Ambiente da Portos do Paraná, João Paulo Santana, participou do painel e focou o tema “Porto que Cuida”. Ele apresentou as tecnologias alternativas de saneamento ecológico, como o reator biológico com vermes ou minhocas (vermifiltro) e o uso de plantas na filtragem dos efluentes domésticos.
O sistema, desenvolvido pela empresa pública em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), vem revolucionando a qualidade de vida dos moradores. “Tratamos a qualidade da água com sistemas alternativos, focados nas técnicas da permacultura, e depois levamos capacitações aos moradores para a produção de mariscos e ostras”, pontuou Santana.
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FÓRUM PLANETA CAMPO – Na mesma tarde, o diretor esteve na 5ª edição do Fórum Planeta Campo, realizado pelo Canal Rural, que ocorre em paralelo à conferência do clima. Santana apresentou o inventário da Pegada de Carbono da Portos do Paraná, entregue este ano pela Fundación Valenciaport, o qual revela as emissões de gases de efeito estufa dos portos paranaenses. A próxima etapa será a entrega do plano de descarbonização, com foco na redução da poluição na área portuária.
“Estamos finalizando o plano de descarbonização e, provavelmente, vamos lançá-lo no primeiro trimestre do ano que vem. Haverá divulgação para toda a comunidade portuária, para somar conosco na descarbonização do cais”, afirmou Santana.
O diretor também destacou os investimentos da Autoridade Portuária em treinamentos voltados a soluções sustentáveis. “A Portos do Paraná realizou recentemente uma capacitação de sua equipe, da qual eu faço parte. É minha sexta COP, mas a primeira como especialista em combustíveis alternativos da cadeia naval, o que mudou minha visão”, destacou.
Outro tópico abordado foi a prioridade de atracação dos navios sustentáveis nos portos paranaenses. A medida, anunciada em 2024, beneficia embarcações com matrizes energéticas voltadas à redução das emissões de gases de efeito estufa, sendo o tipo de combustível utilizado um dos critérios considerados.
“Fala-se muito em hidrogênio, que ainda não é viável; em GNL, que é um gás de origem fóssil; em metanol e em amônia. Porém, queremos levantar a bandeira, dentro do Brasil, do etanol”, afirmou o diretor. Santana explica que a alta produtividade brasileira de cana-de-açúcar — matéria-prima do etanol — representa uma alternativa rentável e sustentável para o país. “São esses os tipos de produtos que precisam ser carbono neutro do poço à esteira do navio”, concluiu.
PACTO PELA SUSTENTABILIDADE – A Portos do Paraná também participa, nesta quarta-feira (12), do painel “Ação climática urbana e cidades sustentáveis” e do lançamento dos selos do Pacto pela Sustentabilidade, iniciativa do Ministério dos Portos e Aeroportos.
O objetivo é estimular a adoção de práticas ESG (ambientais, sociais e de governança) nas companhias do setor de infraestrutura, operação portuária, aeroportuária e de navegação. A empresa será homenageada com um selo no evento.








