Vigilância e integração entre Estado e municípios fortalecem combate à doença de Chagas

Exemplo dessa estratégia foi a ação articulada em Barbosa Ferraz, com a localização de cinco "barbeiros". Em 2024 foram identificados 87 insetos e, em 2025, até o momento, são 49 barbeiros já encaminhados para análise. Em relação à doença, há 93 notificações no ano passado e 130 em 2025, até agora.
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06/08/2025 - 10:40
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O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (Sesa), reforça constantemente as orientações sobre notificações e procedimentos para evitar a doença de Chagas no Paraná. O trabalho de vigilância, realizado pela Sesa em parceria com os municípios, inclui tanto o monitoramento de casos humanos quanto o controle do vetor transmissor da doença: o inseto conhecido popularmente como “barbeiro”.

Na última semana, a 11ª Regional de Saúde, em conjunto com o município de Barbosa Ferraz (Centro-Oeste), coordenou uma ação articulada de vigilância entomológica após um morador encontrar uma ninfa de barbeiro dentro de sua residência. A iniciativa está alinhada com as orientações da Coordenação de Vigilância Ambiental da Sesa.

A atuação do Agente de Combate às Endemias (ACE), logo após o acionamento do morador, resultou em uma busca ativa na área, com a localização de outros quatro insetos. Ao todo, cinco barbeiros foram capturados e encaminhados para análise que identificará a possível presença do parasita. Caso algum resultado seja positivo, os moradores da área serão submetidos a exames parasitológicos, conforme protocolo da vigilância epidemiológica.

Em complemento às ações, foi realizado o controle químico com aplicação de inseticida no imóvel e em seu entorno. A 11ª Regional reforça que esse tipo de resposta rápida só é possível com a integração entre as equipes municipais e estaduais e o trabalho estratégico dos ACEs, que atuam na linha de frente da prevenção e conscientização da população.

Em 2024 foram identificados 87 insetos triatomíneos em território paranaense. Em 2025, até o momento, 49 barbeiros já foram encaminhados para análise pelas vigilâncias locais. Esses insetos são levados aos Postos de Informação de Triatomíneos (PIT), onde passam por identificação e exames laboratoriais que verificam a presença do protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença.

LISTA DE AGRAVOS – O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, explica que, desde 2020, os casos crônicos da doença passaram a integrar a lista de agravos de notificação obrigatória no Brasil, devendo ser inseridos no sistema e-SUS Notifica pelos profissionais de saúde. “Essa medida permitiu ampliar a visibilidade de pacientes que antes não eram contabilizados, possibilitando o acompanhamento e o cuidado adequado”, afirma.

No ano passado, o Paraná registrou 93 notificações crônicas confirmadas da doença de Chagas e, em 2025, até o momento, houve 130 confirmações. Os dados ainda são considerados preliminares, e estão sendo consolidados à medida que os profissionais inserem os dados no sistema, trabalho para o qual contam com capacitações contínuas promovidas pelas 22 Regionais de Saúde do Estado.

PROCEDIMENTO – A Sesa orienta que, ao encontrar um barbeiro, a população entre em contato com a vigilância municipal e entregue o inseto vivo para análise. Isso é essencial para verificar a presença do Trypanosoma cruzi e, se necessário, adotar medidas de controle e exames em humanos. Para a coleta segura, é importante proteger as mãos com luvas ou sacolas plásticas, e nunca esmagar o inseto.

Informações mais detalhadas sobre o vetor, as formas de transmissão da doença, os sintomas e tratamento estão no site da Secretaria da Saúde do Paraná.

A medicação para tratamento é fornecida gratuitamente pelo SUS, dentro de protocolos estabelecidos pelo Ministério de Saúde e Sociedades Médicas.

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