Após a conclusão das vistorias nos imóveis atingidos pelo tornado em Rio Bonito do Iguaçu, na região Centro-Sul do Estado, a Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar) continua com o trabalho de cadastro das pessoas atingidas para dar início à construção das primeiras 320 unidades habitacionais a serem levantadas na cidade. Elas serão construídas tanto em lotes dos próprios moradores quanto em terrenos da prefeitura.
O levantamento de campo foi feito pela Cohapar, em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-PR) e Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Paraná (Ibape-PR). Cerca de 1,5 mil edificações com algum tipo de dano foram vistoriadas, gerando um volume de 2,2 mil laudos técnicos emitidos e que estão sendo entregues para o poder público nos próximos dias.
Técnicos dos órgãos, porém, acreditam que entre 30% e 40% dos locais vistoriados vão precisar ser reconstruídos do zero, de 440 a 590 imóveis, respectivamente. Conforme o mapeamento, 24 imóveis foram interditados de imediato, devido ao risco estrutural. Já com relação a prédios públicos, dos 31 na cidade, cinco foram destruídos pelo tornado e 11 interditados com necessidade de demolição, chegando a 16 nessa situação.
O Governo do Paraná anunciou, na última segunda-feira (10), a construção de 320 casas de maneira emergencial em Rio Bonito do Iguaçu. “É importante destacar o trabalho da Cohapar, do Crea-PR e do Ibape-PR, que foram muito rápidos aqui, com mais de 140 engenheiros voluntários que ajudaram a fazer o mapeamento da cidade e elaborar os laudos da destruição. Esse laudo é a ‘certidão de nascimento’ da reconstrução. Sem o laudo, não conseguimos aportar recursos”, explicou o secretário de Estado das Cidades, Guto Silva.
A finalização dos laudos é essencial para o repasse do benefício de até R$ 50 mil por família atingida para auxiliar na reforma e reconstrução das moradias, com os pagamentos previstos para a próxima semana. “Os laudos estão prontos. Agora entramos na fase de precificação e, com base nisso, vamos poder começar a fazer o repasse econômico, em um cartão que será direcionado por pessoa. Isso dará uma turbinada no processo de reconstrução”, acrescentou.
“Vamos usar modelos construtivos mais rápidos que o padrão convencional”, complementou o diretor-presidente da Cohapar, Jorge Lange. “Com o cadastro das famílias, vamos priorizar àquelas em situação mais emergencial, mas o Governo do Estado está comprometido em ajudar todas as famílias afetadas nessa tragédia que viveu Rio Bonito do Iguaçu na última semana.”
Para agilizar as entregas, empresas de construção civil que trabalham com o modelo off-site serão priorizadas. Elas substituem o “tijolo por tijolo” pela instalação de paredes pré-produzidas, que saem da indústria e chegam prontas para instalação, já com portas, esquadrias e sistemas elétricos e hidráulicos. O Governo do Estado disponibilizou até R$ 60 milhões para aquisição das primeiras unidades a serem reconstruídas.
ÁREA RURAL – A Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) está fazendo o georreferenciamento da área rural afetada, com mapeamento da localização exata dos estragos usando coordenadas geográficas. Já foi possível identificar 300 propriedades com danos, principalmente estruturais.
Para percorrer as propriedades e fazer o levantamento in loco mais detalhado, 10 equipes compostas por engenheiros civis e agrônomos, técnicos da Seab, da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR) foram criadas e já estão em campo.



