Copel inicia levantamento em campo para levar energia à Ponta Oeste da Ilha do Mel

Após as sondagens de campo, o processo segue às etapas de elaboração de projeto, aprovação pela comunidade e obtenção de licenças ambientais e demais autorizações de órgãos do Estado. A estimativa de é que as obras possam ser iniciadas em seis meses. 
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15/08/2025 - 12:20
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A Copel começou, nesta semana, a verificação dos locais de instalação das estruturas que garantirão o fornecimento de energia elétrica com fonte solar à comunidade da Ponta Oeste da Ilha do Mel, no Litoral do Paraná.  

“A visita em campo é fundamental para ajustes em três pilares: a necessidade da comunidade, os aspectos técnicos de engenharia e as características ambientais”, explica o engenheiro da Copel, Charles Ijaille. Ele integra a equipe interdisciplinar de desenvolvimento do projeto. O grupo é formado por profissionais das áreas jurídica, de meio ambiente, engenharia e sociologia da Copel.   

Após as sondagens de campo, o processo segue às etapas de elaboração de projeto, aprovação pela comunidade e obtenção de licenças ambientais e demais autorizações de órgãos do Estado. A estimativa de é que as obras possam ser iniciadas em seis meses. 

Iniciados após reunião com a comunidade local, quinta-feira (14), os trabalhos dos técnicos da Copel estão alinhados ao novo marco regulatório, definido pela Lei Estadual 22.315, de 20 de março de 2025, que orienta a garantia do desenvolvimento sustentável da ilha. A reunião foi acompanhada por integrantes do Ministério Público do Paraná, do Instituto Água e Terra (IAT), da Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), do Governo do Estado e da Prefeitura de Paranaguá.   

A nova legislação define a Ilha do Mel como “região de especial interesse ambiental e turístico do Estado” e propõe medidas ancoradas no uso racional dos recursos naturais, com a preservação dos ecossistemas e o equilíbrio entre a capacidade natural de reposição e o uso e ocupação humana. Além disso, determina que todas as ações a serem desenvolvidas na ilha devem seguir as diretrizes da Agenda 2030, dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). 

O levantamento em campo é acompanhado pelos moradores. Eles orientam os técnicos da Copel quanto à situação nas proximidades das residências, como acesso, circulação e usos futuros. A ideia é buscar, em conjunto, o melhor posicionamento da central fotovoltaica para atender às demandas da comunidade. 

Para a presidente da Associação dos Nativos e Pescadores da Ponta Oeste da Ilha do Mel (ANAPPOIM), Dirceia Gomes Pereira de Souza, a reunião de apresentação do projeto, pela Copel, foi muito produtiva. “É um projeto que nunca vimos. Surgem dúvidas, mas tudo foi muito bem esclarecido”, disse.   

Na opinião do superintendente geral de Relações Institucionais do governo do Estado do Paraná, Renato Adur, a Copel está fazendo um grande serviço para a comunidade. “Eu quero agradecer a Copel, a toda a diretoria e a equipe técnica da companhia. A todo o pessoal que está se empenhando em realizar esse sonho de mais de 40 anos desta comunidade”, observou.   

SISTEMAS INDIVIDUAIS DE ENERGIA – A base para levantamento da Copel é uma ortofoto da região atendida. Feita por meio de drone, a imagem aérea é georrefenciada e traz detalhes dos 23 pontos de instalação das estruturas de captação de energia solar que atenderão as residências.  

A proposta da Copel é instalar sistemas fotovoltaicos individuais nas unidades consumidoras, com estruturas em fibra de vidro ou em alumínio, materiais adequados às condições litorâneas. Os sistemas garantem, no mínimo, consumo de 80 quilowatt-hora (kWh) por mês, podendo chegar a até 128 kWh/mês no verão, atendendo à demanda da comunidade local. Além disso, eles têm potência garantida de 1.250 watts, tensão de 127 volts e baterias com autonomia garantida de 48 horas.  

Na avaliação técnica é considerada a maior proximidade possível com a unidade consumidora atendida, respeitando uma faixa de segurança de três metros no entorno da estrutura. Também é realizada uma avaliação da densidade de vegetação e onde o sistema tem a melhor condição de captação da energia solar durante o ano.  

A escolha do local deve ser aprovada pela comunidade, com a formalização da concordância devidamente assinada. “Nada é feito sem aval do proprietário e sem toda a questão ambiental observada”, destaca Ijaille. Depois disso, o projeto é submetido ao licenciamento ambiental e à aprovação pelos órgãos do Estado.  

A Copel também atua no levantamento detalhado da vegetação existente para embasar o processo de licenciamento ambiental, com vistas à preservação de espécies nativas.  "Nossa premissa é sempre pela permanência das árvores”, afirma o engenheiro florestal e consultor da Copel, Pyramon Accioly. 

AQUECIMENTO – Em complemento aos sistemas fotovoltaicos, a Copel prevê a instalação de sistemas individuais de aquecimento de água nas residências. O encaminhamento para a implantação dessas estruturas será feito junto à Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). São reservatórios térmicos, conhecido como boilers, que utilizam o calor do sol para esquentar a água.   

“O projeto prevê a doação do sistema de aquecimento ao consumidor, que assume a responsabilidade pela manutenção após a instalação”, explica o supervisor do Setor de Gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Copel, Fernando Bauer.   

O anúncio desse reforço para o bem-estar da comunidade local foi feito à comunidade por técnicos da companhia em reunião prévia à visita de campo, com a participação de integrantes do Ministério Público do Estado do Paraná, do IAT, da SEEC, do governo do Estado e da Prefeitura de Paranaguá.   

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