Estado auxilia empresários de Rio Bonito do Iguaçu e comerciantes começam a reabrir as portas

Desde o início da semana, o Estado vem coordenando uma série de ações emergenciais, entre elas o cadastro de trabalhadores e empresários do município da região Centro-Sul para garantir o acesso aos programas de emprego e renda. Para isso, o ônibus do programa Emprega Mais Paraná foi deslocado para Rio Bonito do Iguaçu e está atuando como ponto de atendimento.
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11/11/2025 - 15:30

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A Secretaria do Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná está mobilizada para apoiar a população e as empresas de Rio Bonito do Iguaçu, cidade mais atingidas pelos tornados. Com ventos que ultrapassaram os 250 km/h, o fenômeno climático deixou sete pessoas mortas, dezenas de feridos e mais de 90% da área urbana destruída, segundo a Defesa Civil do Estado.

Desde o início da semana, a Secretaria vem coordenando uma série de ações emergenciais, entre elas o cadastro de trabalhadores e empresários do município da região Centro-Sul para garantir o acesso aos programas de emprego e renda. Para isso, o ônibus do programa Emprega Mais Paraná foi deslocado para Rio Bonito do Iguaçu e está atuando como ponto de atendimento.

“Neste primeiro momento, precisamos saber quem são esses funcionários. Depois, será possível dar encaminhamento aos auxílios. Estamos em contato com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) para essa continuidade”, explica o secretário do Trabalho, Qualificação e Renda do Paraná, Do Carmo.

Além desse apoio emergencial, a Secretaria vai oferecer qualificação profissional. Serão cursos de 300 horas em formato presencial ou a distância para os trabalhadores cadastrados.

Os empresários também deverão realizar um registro para ter seus direitos resguardados. Para Danilo Ferreira de Almeida, presidente da Associação Comercial de Rio Bonito do Iguaçu, após uma reunião nesta terça-feira (11) entre Estado e empresários, é possível ver uma luz no fim do túnel.

“Agora vamos conseguir entrar em uma nova fase. Até ontem, estava difícil saber por onde começar, mas, com o apoio e a atenção do Estado, conseguimos pensar em um recomeço”, detalha. “As equipes do governo e de municípios vizinhos estão em todo lugar. Tem caminhão chegando com lona, outro com pão, outro com cobertor. É bonito de ver. Agora, com as ações anunciadas pelo Estado, os empresários estão sentindo mais firmeza. Acho que a partir de agora vamos conseguir retomar com mais segurança".

Ônibus Emprega Mais e Detran
Foto: Roberto Dziura Jr./AEN


RECOMEÇO – De forma improvisada, comerciantes vêm mantendo o atendimento, oferecendo produtos, refeições e até abrigo a voluntários e vizinhos. “A gente perdeu material, mas não perdeu a vida. E agora é correr atrás e reconstruir”, resume Anderson Moreira, gerente de uma loja de materiais de construção que foi totalmente destruída.

Ele lembra que escapou por pouco. “Eu estava na loja e pedi pros colegas saírem mais cedo porque o tempo estava feio. Cinco minutos depois, o tornado passou e levou tudo. No mesmo dia, a gente começou a atender na outra unidade, sem luz, sem internet, só com um caderno e uma caneta. Pegava o CPF e o nome das pessoas pra anotar. O importante era ajudar”, contou.

Mesmo diante da incerteza, Anderson segue confiante. “Meu patrão participou de uma reunião com o governo e o prefeito, e falaram que vai ter ajuda. Então ele abriu as portas e disse: vamos confiar. Agora é fé e trabalho", diz.

Na lanchonete em frente à paróquia, Maria de Lourdes Pacheco mantém o salão aberto há mais de vinte anos e, nos últimos dias, o espaço virou ponto de apoio para voluntários e moradores. “O pessoal vem pra comer, pra usar o banheiro, pra descansar um pouco. Quem tem dinheiro paga, quem não tem, a gente anota. Vai na boa fé. O importante é ajudar uns aos outros”, disse.

Mesmo com as perdas, Lourdes garante que vai continuar. “Pensei em ir embora, mas não vou abandonar minha cidade. A gente vai colocar tudo de pé de novo.”

Entre os comerciantes, a solidariedade se transformou em rotina. O dono de uma loja de móveis, Gilmar Kruger, conta que deixa o espaço aberto para quem está ajudando na reconstrução. “A gente deixa o pessoal entrar, comer, descansar. É hora de se abraçar como nunca. A gente espera a ajuda do governo pra se restabelecer, mas também tem muita fé de que tudo vai melhorar.”

O veterinário Paulo Henrique Brustolin, dono de uma agropecuária, também tenta manter o comércio ativo, mesmo depois de perder a casa. “Agradecer por estarmos vivos já é muito. A loja fica aberta até as 16h pra atender quem precisa, e depois a gente sai pra ajudar os outros. É hora de unir forças”.

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