Junho de 2025 foi extremamente frio e chuvoso. Em todas as estações meteorológicas do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) a temperatura em junho ficou próxima ou abaixo da média histórica para o mês, principalmente no Oeste. Todas as estações também tiveram chuva dentro ou acima da média mensal, com destaque para a metade Sul do Estado.
Nas temperaturas o destaque fica para Umuarama, no Noroeste, que teve a temperatura média de junho 4,3°C abaixo da média para o mês traçada desde que a atual estação meteorológica da cidade foi instalada, em agosto de 2023. Candói, na região Centro-Sul, que teve a estação instalada em junho de 2023, ficou com a temperatura média 3,1°C abaixo da média histórica para o mês. Já Santa Maria do Oeste, no Centro do Estado, teve a temperatura média mensal mais baixa desde a instalação da estação meteorológica na cidade, em outubro de 2022.
Em todas as outras estações, a temperatura média ficou menos de dois graus abaixo da média, ou igual a média histórica para o mês. As temperaturas mínimas só ficaram levemente acima da média na região de Cândido de Abreu, também na Região Central. As temperaturas máximas ficaram dentro ou abaixo da média em todo o estado, com destaque para as cidades ao redor de Cianorte, no Noroeste, que tiveram as máximas cerca de 2,8°C abaixo da média: ou seja, esses municípios vivenciaram tardes mais geladas em junho de 2025.
"Estamos sem a influência dos fenômenos El Niño e La Niña no momento, que são importantes moduladores do clima em todo o globo. Sem esses fenômenos, há uma condição de neutralidade no Pacífico Equatorial, que tende a favorecer condições meteorológicas próximas à normal climatológica. Mas vale ressaltar que tal configuração não impede que ondas de calor ou até mesmo ondas de frio ocorram”, explica Leonardo Furlan, meteorologista do Simepar.
Junho registrou as temperaturas mais baixas do ano até o momento, com destaque para o -7,8°C de General Carneiro (estação do INMET) na quarta-feira passada (25), na Região Sul. Foi muito próxima da temperatura mais baixa já registrada por todas as estações meteorológicas instaladas no Paraná em toda a história: -7.9°C, em 20 de julho de 2021, na mesma cidade.
“Foi uma configuração altamente favorável para frio intenso, quando a frente fria se desloca pelo continente, e não pelo oceano, com a massa de ar frio e seco impulsionada rapidamente pela formação de um ciclone na altura do Uruguai, permitindo com o que frio chegue a latitudes mais baixas, cenário que trouxe mínimas negativas em diversos municípios. É um frio esperado para essa época do ano, mas que não ocorria de forma tão abrangente no estado há alguns anos”, conta Furlan.
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CHUVA – A maioria das cidades com estação meteorológica do Simepar teve registro de chuva acima da média histórica no mês de junho. A única exceção foi Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, onde historicamente chove 60,3 mm em junho e em 2025 choveu no mês 43,6 mm, menos de 17 mm abaixo da média.
Em São Miguel do Iguaçu, no Oeste, a média histórica de chuvas para junho é de 109,5 mm e choveu em junho de 2025 387,4 mm, ou seja, 277,4 mm acima da média: o maior volume de chuvas para o mês de toda a série histórica, iniciada em 1997. Em Capanema, no Sudoeste, a média é de 102,5 mm e choveu em junho de 2025 350,8 mm, uma diferença de 248,2 mm: o maior volume de chuvas da série histórica para o mês, iniciada em 2018.
Em Cruzeiro do Iguaçu, também no Sudoeste, a média para junho é de 136,4 mm e choveu 543,4 mm, uma diferença de 406,5 mm. Foi o maior volume mensal de chuvas desde a instalação da estação na cidade, em setembro de 2021. Foz do Iguaçu, no Oeste, também teve chuva muito acima da média: Em junho historicamente chove 86,1 mm na cidade, e choveu 358 mm em junho de 2025: uma diferença de 271,8 mm.
“Entre o final do outono e o início da primavera, os principais sistemas precipitantes que atuam no Paraná decorrem do deslocamento de frentes frias pelo Sul do Brasil e/ou de sistemas de baixa pressão, que majoritariamente se formam no Paraguai. Neste ano, junho teve chuvas abrangentes e volumosas no Estado por conta da passagem frequente de frentes frias pela região sul do Brasil, e da formação de áreas de baixa pressão. Isso favoreceu chuvas mais intensas, inclusive nas regiões mais ao Norte e Noroeste, onde chove pouco neste mês, pela climatologia”, ressalta Furlan.
SIMEPAR – Com uma estrutura de 120 estações meteorológicas telemétricas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas atmosféricas, o Simepar é responsável por fornecer dados meteorológicos para órgãos como a Coordenadoria da Defesa Civil e a Secretaria do Desenvolvimento Sustentável, de modo a facilitar ações de resposta a situações extremas. São monitoradas desde situações causadas por chuvas extremas, como enxurradas, deslizamentos e alagamentos, até situações como incêndios e secas.
Dados mais detalhados da previsão do tempo para os 399 municípios paranaenses estão disponíveis no site www.simepar.br. A previsão tem duas atualizações diárias. Para cada cidade é possível saber o quanto deve chover, temperaturas mínimas e máximas previstas, umidade relativa do ar e vento, com detalhamento por hora para a data e o dia seguinte.