Mutirão coleta material genético de 394 presos na Casa de Custódia de Curitiba

Ação da Polícia Cientiífica do Paraná (PCP) feita com a Polícia Penal e Polícia Civil vai atualizar o o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e auxiliar na elucidação de crimes. Outras unidades prisionais do Estado também serão atendidas ao longo do ano, com previsão de alcançar entre 1.500 e 2.000 novos perfis no BNPG.
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11/08/2025 - 16:20

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A Polícia Científica do Paraná (PCP) concluiu na última semana a coleta de material genético de 394 pessoas privadas de liberdade na Casa de Custódia de Curitiba. A ação foi realizada em parceria com a Polícia Penal do Paraná (PPPR) e a Polícia Civil do Paraná (PCPR), com objetivo de atualizar o Banco Nacional de Perfis Genéticos (BNPG) e auxiliar na elucidação de crimes.

Essa foi a primeira etapa do calendário de coletas de 2025 na Capital. Outras unidades prisionais do Estado também serão atendidas ao longo do ano, com previsão de alcançar entre 1.500 e 2.000 novos perfis no BNPG. 

“Os resultados expressivos na ampliação do banco de perfis genéticos refletem o esforço conjunto do Governo do Estado em valorizar a Polícia Científica, com a atualização da carreira, ampliação do efetivo e investimento em tecnologia de ponta. Esse trabalho técnico especializado tem impacto direto na resolução de crimes, inclusive os de difícil elucidação, e fortalece a segurança pública como um todo”, reforça o secretário de Segurança Pública do Paraná, Hudson Leôncio Teixeira.

A coleta é obrigatória para presos condenados por crimes previstos no artigo 9º-A da Lei de Execução Penal, como homicídio, estupro, roubo e sequestro. A recusa configura falta grave e pode impactar na progressão de pena.

O BNPG reúne perfis genéticos de condenados, vestígios de locais de crime e material de pessoas desaparecidas ou de seus familiares. Cada novo DNA inserido é comparado com os registros existentes para identificar suspeitos, localizar desaparecidos, conectar crimes e solucionar investigações antigas.

Um dos casos mais emblemáticos é o da menina Rachel Genofre, assassinada em 2008, em Curitiba. O crime foi solucionado 11 anos depois, em 2019, por meio da inclusão do perfil genético do autor, coletado durante um mutirão em um presídio no interior de São Paulo. O material foi inserido no BNPG e coincidiu com o vestígio separado na época do crime, levando à identificação e confissão do autor.

“Esse tipo de ação representa um avanço tecnológico na gestão prisional", afirma a diretora-geral da PPPR, Ananda Chalegre dos Santos.

A ação contou com a participação do Instituto de Identificação da PCPR, garantindo a precisão no processo de coleta. “Essa etapa foi essencial para assegurar a individualização precisa de cada pessoa no momento da coleta de DNA, reforçando a importância da atuação técnica da papiloscopia nas ações integradas de identificação promovidas pelo Estado", explica o delegado-chefe do Instituto de Identificação da PCPR, Marcus Michelotto.

INCLUSÃO PERFIS GENÉTICOS – Com a expansão da equipe e o investimento em tecnologia, o Paraná tem conseguido agilizar significativamente o processamento e a inserção de perfis genéticos no BNPG. Apenas no primeiro semestre de 2025, mais de três mil perfis foram incluídos, posicionando o estado entre os dez que mais contribuíram com o banco.

“O Paraná chegou num nível de automação e capacidade operacional que nos permite estar ranqueados entre os melhores e maiores laboratórios do país. Implantamos a nova tecnologia de sequenciamento genético, muito mais sensível, e estamos na vanguarda já que poucos laboratórios no mundo têm essa tecnologia”, destaca o diretor-geral da PCP, Luiz Rodrigo Grochocki

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